Eu sei que nem todas as mulheres nasceram para serem mães.
Aliás, algumas nunca deviam ter sido.
Mas esse é um conceito que, felizmente, não conheço.
Mãe é Mãe.
A Mãe ama, acarinha, perdoa, cuida e protege.
Faz tudo pelo bem-estar de um filho. Muitas vezes faz mais do que pode, mais do que deve. Mas faz.
Educa, ensina, ajuda a crescer.
Uma Mãe dificilmente vê os defeitos de um filho.
Uma Mãe sabe que o seu filho não é melhor do que os filhos dos outros, mas sabe que o seu é o melhor filho do mundo.
A minha Mãe foi tudo isto. E muito mais. Muito mais.
A minha Mãe, pode não ser melhor que as outras mães, mas foi a melhor mãe do mundo.
Hoje, custa-me ouvir um filho dizer mal da sua mãe. Custa-me muito ver alguém desprezar a sua mãe.
Mas sei que me custa, precisamente, porque já não tenho a minha mãe aqui, ao meu lado, a segurar-me a mão.
E também sei que não fui a filha perfeita. Fiz algumas tropelias, próprias da adolescência. Contrariei a minha mãe. Contornei algumas regras, normalmente já bastante flexíveis por terem anteriormente sido quebradas pela mana mais velha.
A minha Mãe não dormia enquanto não regressássemos das nossas saídas à noite.
Ralhava quando chegávamos demasiado tarde. Depois ia deitar-se. Apenas para se levantar em seguida para nos pedir desculpa por ter ralhado e para explicar porque tinha ralhado.
Hoje, e apesar de eu não ser mãe, compreendo tão bem a minha. Os ralhetes. E até o facto de, por vezes, preferir não saber de algumas coisas.
Tenho muitas memórias doces da minha mãe (os sonhos com gatinhos com lacinhos cor de rosa, lembras-te, mana?). Outras hilariantes (aquele carnaval em Vilamoura, lembram-se Pai e Carmo?). E algumas dolorosas.
A minha Mãe, com o ar mais frágil que possam imaginar, foi a mulher mais forte que já passou na minha vida. Provavelmente porque tinha duas filhas que estavam em 1º lugar. Acima de qualquer dor que sentisse.
E sei que sentiu muita(s) dor(es). E calculo que deva ter sentido uma grande angústia e tristeza e revolta. Apesar de não ter mostrado nem por um segundo. Mas só pode ter sentido.
Não me consigo imaginar no lugar da minha mãe. Passar pelo que passou, durante tanto tempo e demasiadas vezes (uma vez já seria uma vez a mais!). Parecia que estavam a testar a sua força. A pô-la à prova.
E, ainda assim, conseguiu continuar a ser a melhor mãe do mundo. Talvez porque teve o melhor marido do mundo sempre ao seu lado, e as melhores filhas do mundo a dar-lhe a mão.
Obrigada Mãe!
OBRIGADO FILHA.
Obrigada ao PAI também!E um BEIJO apertado!